Obras

Sanep garante ETE Novo Mundo para o primeiro semestre de 2024

DP visitou a obra, que depende da parte elétrica e detalhes estruturais para elevar capacidade de tratamento de esgoto da cidade

Foto: Jô Folha - DP - Custo geral da obra deve chegar a R$ 30 milhões

Detalhes de drenagem na parte de engenharia civil, toda a disciplina elétrica e acessos de pavimentação são os detalhes que separam a Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) Novo Mundo, localizada às margens da avenida Francisco Caruccio, de sua inauguração. Quando a estrutura estiver em operação, vai representar uma elevação de 18% para 40% do esgoto tratado no Município, o que deverá acontecerá no primeiro semestre de 2024, garante a diretora-presidente do Sanep, Michele Alsina. O custo geral da obra é de R$ 25 milhões, e deve chegar a R$ 30 milhões até o final da obra.

O esgoto virá de forma subterrânea e irá atender próximo a 30 mil residências, cerca de 120 mil pessoas, da zona norte da cidade. A estrutura conta também com possibilidade de ampliação, que prevê todo o atendimento da região do Fragata norte, duplicando a planta e dobrando a capacidade de tratamento. Como a estrutura é bastante automatizada, entre oito e dez servidores trabalharão no local. "Ela opera, em um primeiro momento, de forma manual, mas na sequência é automatizada e aí temos uma redução no número de operadores", aponta Michele. Durante as revisões do projeto, se investiu nisso para ter um número enxuto, garante o engenheiro civil e um dos fiscais da obra, Eduardo Nienczewski.

O tanque de aeração, onde ocorrerá a principal etapa de tratamento, conta com capacidade de seis mil metros cúbicos (seis milhões de litros). O processo inteiro, da entrada do esgoto na estação, até o fim do tratamento, dura em torno de 16 horas, já que é um processo de aeração prolongada.


A capacidade e o impacto da obra
Segundo Michele, hoje o tratamento do esgoto em Pelotas está em torno de 18%, contabilizando a ETE Laranjal, a lagoa de estabilização, que é um modo caindo em desuso, além das compactas, entre particulares e estações do Município. Com a ETE Novo Mundo, o salto deve ser para 40%.

Há a perspectiva para outra ETE, na Estrada do Engenho, que está em fase final de formação do projeto, assim como a ampliação da ETE Laranjal, que terão a mesma metodologia de tratamento da Novo Mundo. "A gente entende que é a metodologia de tratamento que se adapta mais ao nosso Município", aponta. Com todas elas em funcionamento, a cidade atingiria o marco regulatório do saneamento, de 90% do esgoto tratado até 2030. Mas para isso o planejamento de locação de ativos precisa ser executado. Para atingir tudo, seriam necessários R$ 500 milhões e o Sanep faz a busca de recursos externos, aponta a diretora-presidente.


Histórico da obra
Momentos como a pandemia de Covid-19 e temporadas de chuva afetaram o cronograma da obra, admite o Sanep. Durante o processo, o projeto foi atualizado após mudanças legais feitas pela Fepam, que atualizou sua legislação ambiental. "Isso nos permitiu fazer uma revisão do nosso processo de tratamento, que antes era mais restritivo, e a gente acabou conseguindo aumentar um pouco a vazão de tratamento, porque eu flexibilizo um pouco em parâmetros de nitrogênio e fósforo", explica Nienczewski.

A obra, lançada em 2014, passou por problemas como atrasos, a desistência da vencedora e retomada após nova licitação no final de 2017, tendo o novo início em 2018. O antigo diretor-presidente do Sanep, Alexandre Garcia, por mais de uma vez previu a entrega para 2019, mas Michele disse que teria sido impossível. Já a ideia de concluir em 2021 foi adiada pelo cenário de pandemia, guerra na Europa e outras questões, justifica.

"Eu não considero um atraso de obra. Se for falar desde o início, sim, mas de 2018 para cá, enfrentando uma pandemia e uma guerra, impactam também no atraso." Ela diz que as postergações permitiram as flexibilizações, como reaproveitamento de espaço, maior automatização e maior economia. Por isso, o projeto passou por diversas revisões. O engenheiro civil e coordenador de Projetos Especiais, Raul Odone, aponta que todos os investimentos foram feitos para reduzir custos de operações, mas que o cenário geral também gerou aumentos de custos.

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